O que é Apneia do Sono?
- CuidAr CPAP RJ
- 27 de nov. de 2024
- 4 min de leitura

A apneia é o termo utilizado para descrever a interrupção temporária da respiração. A apneia do sono é um distúrbio caracterizado por breves e frequentes pausas na respiração durante o sono.
A apneia obstrutiva do sono é uma condição comum e potencialmente grave, em que as vias respiratórias são repetidamente bloqueadas devido ao relaxamento dos tecidos da garganta e da base da língua, o que reduz o fluxo de ar para os pulmões.
Quando isso ocorre, a pessoa pode roncar de forma alta ou emitir sons sufocantes ao tentar respirar. O cérebro e o corpo ficam privados de oxigênio, o que pode se repetir diversas vezes por noite, e em casos mais graves, centenas de vezes. Esses episódios provocam despertares breves, com o objetivo de reabrir as vias respiratórias.
Esses despertares, muitas vezes, são tão curtos que a pessoa afetada normalmente não percebe que está acordando durante o sono. Esse padrão se repete ao longo da noite, e um paciente com apneia grave pode acordar centenas de vezes. Embora os despertares sejam rápidos, eles fragmentam o sono, o que resulta em cansaço e sonolência excessiva durante o dia, sintomas típicos da apneia do sono.
Sintomas
Os principais sinais e sintomas da apneia do sono incluem roncos altos e frequentes, interrupções respiratórias observadas por outra pessoa e sonolência excessiva durante o dia. As pausas respiratórias podem ser seguidas de engasgos, sensação de sufocamento, vocalizações ou despertares breves.
Essa fragmentação do sono leva à sonolência diurna e cansaço, sintomas que muitas vezes o paciente não reconhece. A sonolência excessiva aumenta o risco de acidentes, tanto no trânsito quanto no trabalho. A apneia do sono também pode causar sensação de cansaço ao acordar, além de sono não reparador, mesmo após uma noite longa de descanso. Durante o dia, a pessoa pode ter dificuldade de concentração ou até mesmo episódios de sono incontroláveis devido aos despertares frequentes, mesmo que inconscientes, durante a noite.
Ao contrário de outros distúrbios do sono, a insônia não é um sintoma comum da apneia, sendo mais frequente nas mulheres com essa condição.
Os principais sintomas incluem:
Ronco alto ou constante
Pausas respiratórias observadas durante o sono
Sons de sufocamento ou respiração ofegante durante o sono
Sonolência ou cansaço excessivo durante o dia
Sono fragmentado
Dor de cabeça pela manhã
Noctúria (acordar durante a noite para urinar)
Dificuldade de concentração
Perda de memória
Diminuição do desejo sexual
Irritabilidade
Outros sintomas incluem boca seca ao acordar e excesso de salivação, provavelmente devido à respiração pela boca, além de sono agitado e transpiração excessiva durante a noite, resultante do esforço respiratório aumentado.
Devido às apneias repetidas, à falta de oxigênio e ao desequilíbrio no sistema nervoso autônomo, os pacientes têm maior risco de desenvolver doenças como aterosclerose, hipertensão, insuficiência cardíaca, arritmias e acidente vascular cerebral (AVC).
Fatores de risco
O principal fator de risco para a apneia do sono é o excesso de peso. Pessoas com sobrepeso ou obesidade têm maior propensão a desenvolver a condição, embora ela também possa afetar indivíduos magros.
Fatores de risco comuns incluem:
Excesso de peso: Obesidade (IMC acima de 30) e sobrepeso (IMC acima de 25) são fatores conhecidos para a apneia do sono.
Aumento da circunferência do pescoço: Mesmo sem obesidade, um pescoço com mais de 40 cm de circunferência está associado a um risco maior.
Idade: A apneia do sono pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em pessoas mais velhas.
Gênero: Homens têm mais chances de sofrer com apneia do sono, embora o risco aumente para mulheres após a menopausa.
Hipertensão: A pressão alta é comum em pessoas com apneia do sono.
Deformidades craniofaciais: Anomalias mandibulares, como micrognatia ou retrognatia, e síndromes congênitas (como Marfan, Down e Pierre Robin) podem aumentar o risco.
Hipertrofia das amígdalas ou adenoides: Comum em crianças.
História familiar: A apneia do sono pode ter uma base genética, com cerca de 40% dos casos sendo herdados. Outros fatores ambientais, como estilo de vida e hábitos alimentares, também podem influenciar.
Classificação e diagnóstico
A apneia do sono é classificada com base no índice de apneia e hipopneia (IAH), que é calculado durante a polissonografia, exame diagnóstico realizado em laboratório.
A classificação é:
Leve: IAH entre 5 e 15
Moderada: IAH entre 15 e 30
Grave: IAH superior a 30
O diagnóstico é feito por um médico especializado, que realiza uma avaliação clínica detalhada. O exame mais utilizado para confirmar o diagnóstico é a polissonografia, que pode ser feita em laboratório ou até mesmo em casa, em alguns casos.
Tratamento
Após o diagnóstico, o tratamento deve ser personalizado, considerando a gravidade da apneia e as comorbidades do paciente.
As principais opções incluem:
CPAP: O uso de um dispositivo de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é a principal forma de tratamento. O aparelho fornece um fluxo contínuo de ar que mantém as vias aéreas abertas durante o sono, reduzindo as apneias.
Tratamento conservador: Mudanças no estilo de vida, como melhorar a higiene do sono, perder peso e evitar o uso de álcool ou medicamentos sedativos, podem ser eficazes para casos leves.
Fonoterapia: Exercícios orais para fortalecer a musculatura da via aérea superior, realizados sob a supervisão de um fonoaudiólogo especializado.
Aparelhos intraorais (AIOs): Aparelhos de avanço mandibular ajudam a manter as vias aéreas abertas ao posicionar a mandíbula de maneira a evitar o colapso da orofaringe.
Tratamento cirúrgico: Em alguns casos, pode ser necessária cirurgia para remover ou modificar os tecidos que obstruem as vias respiratórias, como amígdalas, palato ou mandíbula. A escolha da cirurgia depende da anatomia do paciente e da gravidade da apneia.
Autoteste
Algumas perguntas podem ajudar a identificar se você tem risco de apneia do sono:
Você sente sonolência ou cansaço durante o dia?
Já acordou com a sensação de sufocamento ou engasgo?
Seu parceiro/a percebe pausas respiratórias ou roncos durante o sono?
Tem sintomas como dor de cabeça pela manhã, dificuldade de concentração ou perda de memória?
Você possui características físicas como obesidade, pescoço grosso ou alterações nas vias respiratórias?
Você tem histórico de doenças como pressão alta ou doenças cardíacas?
Essas perguntas podem ajudar a identificar a necessidade de avaliação médica para apneia do sono.
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